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OPINIÃO: O destino do trabalho

A primeira Revolução Industrial (1820-1870) usou o vapor para mecanizar a produção, ou seja, a indústria tirou do campo e nos colocou na nascente inglesa. A segunda revolução industrial (1870-1980) usou a energia elétrica, e essa talvez a mais destrutiva das inovações, para criar a produção em massa e reformular todas as relações da sociedade. Na terceira revolução (1980-2010), temos os computadores e a internet, as suas alterações, em termo econômico, foram parcimoniosas apesar dos avanços no aspecto social, principalmente na disseminação do conhecimento e informação.

Agora, estamos quase na quarta revolução industrial. Composta por robôs, veículos autônomos, internet das coisas, "big data", os mais diversos sensores, impressoras 3D a biotecnologia e a nanotecnologia. Na quarta revolução industrial, o trabalho repetitivo estará em extinção. No Fórum Econômico Mundial, realizado em janeiro de 2018, em Davos, na Suíça, foi apontado que a automação deve eliminar 7,1 milhões de empregos nas 15 maiores economias globais até 2020. O estudo dos economistas especialistas em aprendizado de máquinas da Universidade Oxford, Carl Benedikt Frey e Michael Osborne, analisou 702 profissões e concluiu que 47% delas irão evaporar em 10 anos.

Segundo a pesquisa, as profissões que envolvem tarefas repetitivas em ambientes previsíveis podem desaparecer. Entre as profissões que têm alto risco de extinção podemos citar: operadores de telemarketing, caixa de bancos, analistas de crédito, motoristas profissionais e vendedores em geral. As profissões com baixo risco indicadas na pesquisa são: terapeutas ocupacionais, médicos, professores de ensino fundamental, analistas de sistemas, padres, engenheiros e advogados. A nova realidade do "desemprego tecnológico" da quarta revolução industrial, na expressão do economista Jonh Maynard Keynes, que na década de 30 tirou a economia mundial de uma das maiores crises, não é um fato consumado. Entretanto, existe um consenso entre muitos estudiosos que a tecnologia atingirá de forma mais aguda os empregos de média remuneração, aqueles que envolvem processos manuais simples, realizados em ambientes estáveis e previsíveis como fábricas e escritórios.

O renascimento de profissões que exigem interação entre as pessoas não será fácil, por exemplo, robotizar ofícios como o do jardineiro, de cuidadores de idosos e de professores das séries iniciais. Ao preservar o topo e a base da pirâmide dos empregos, estamos correndo o risco de acontecer a chamada "polarização do trabalho", ou seja, deve aumentar a distância entre empregos com maior e menor remuneração, o que acentua principalmente a desigualdade. Na maioria das vezes, as máquinas fazem tudo de forma mais rápida, barata e confiável. Em contrapartida, o talento humano que florescerá. Acredito que viveremos, além do capitalismo, a era das habilidades interpessoais.

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